O primeiro canto

O primeiro canto

domingo, 29 de abril de 2018

Os perigos de uma história única


Chimamanda Adichie, escritora nigeriana, fala-nos sobre os perigos de uma história única. Vale passar a vista! E vale, sobretudo, ampliarmos a nossa "lente de ver o mundo". 
Se Chimamanda traz tanta atenção aos perigos da história única, ela ressalta o poder das histórias. “Histórias têm sido usadas para expropriar e tornar maligno. Mas histórias podem também ser usadas para capacitar e humanizar”, pondera. “Histórias podem destruir a dignidade de um povo, mas histórias também podem reparar essa dignidade perdida.”



O valor da Filosofia


A rigor, o conhecimento filosófico provoca uma inquietação que serve como via para a autodeterminação. Portanto, como um exame crítico do fundamento das nossas convicções, crenças e preconceitos. Por conseguinte, é este tipo de ‘pedagogia filosófica’, que viabiliza a formação de sujeitos independentes, com atitude interrogativa e investigativa. Poderíamos dizer, de forma genérica, que este é o contributo da filosofia para a formação de cidadãos críticos, capazes de contribuir efetivamente com a sociedade a fim de enfrentar os desafios práticos do cotidiano.

Le Penseur- Rodin 


Quem não tem umas tintas de filosofia é homem que caminha pela vida fora sempre agrilhoado a preconceitos que se derivam do senso-comum, das crenças habituais do seu tempo e do seu país, das convicções que cresceram no seu espírito sem a cooperação ou o consentimento de uma razão deliberada. O mundo tende, para tal homem, a tornar-se finito, definido, óbvio; para ele, os objectos habituais não erguem problemas, e as possibilidades infamiliares são desdenhosamente rejeitadas. Quando começamos a filosofar, pelo contrário, imediatamente caímos na conta de que até os objectos mais ordinários conduzem o espírito a certas perguntas a que incompletissimamente se dá resposta. A filosofia, se bem que incapaz de nos dizer ao certo qual venha a ser a verdadeira resposta às variadas dúvidas que ela própria evoca, sugere numerosas possibilidades que nos conferem amplidão aos pensamentos, descativando-nos da tirania do hábito. Embora diminua, por consequência, o nosso sentimento de certeza no que diz respeito ao que as coisas são, aumenta muitíssimo o conhecimento a respeito do que as coisas podem ser; varre o dogmatismo, um tudo-nada arrogante, dos que nunca chegaram a empreender viagens nas regiões da dúvida libertadora; e vivifica o sentimento de admiração, porque mostra as coisas que nos são costumadas num determinado aspecto que o não é.

RUSSELL, B. Os problemas da filosofia. Tradução António Sérgio. Coimbra: Almedina, 2001. p. 148.