O primeiro canto

O primeiro canto

domingo, 10 de setembro de 2017

Karl Marx - Traços de sua vida e de sua obra




KARL MARX
(1818 – 1883)

(TRAÇOS DE SUA VIDA E DE SUA OBRA)


Alder Júlio Ferreira Calado


ARCOVERDE/1983
(CENTENÁRIO DA MORTE DE MARX)





-1-
Há cem anos, na Inglaterra
Morria um personagem
Conhecido em todo o mundo
Por seus feitos, sua mensagem
Karl Marx era seu nome
Judeu era de linhagem

Nascido na Alemanha
De família convertida
De judia a protestante
Logo cedo, de saída
Decidiu questionar
Os porquês de nossa vida

De família de recurso
(Seu pai era advogado)
Novo ainda conseguiu
Cursar universidade
Direito e Filosofia
Estudou bem à vontade

Como os jovens de seu tempo
Gostava de frequentar
Ambientes divertidos
E poesias recitar
Escreveu também poemas
Chegou a se apaixonar

-2-
Foi nos anos de quarenta
Do século que já passou
Com seus vinte e poucos anos
Bela jovem desposou
Jenny Von Westphallen
Cinco filhos lhe doou

Nesse tempo ele já tinha
Seus estudos terminado
Até tese defendido
E a jornais se dedicado
Já tinha livros escritos
E a Engels se ligado.

Mudando-se da Alemanha
Se estabelece em Paris
Juntamente com o Amigo
Mais outros desse país
Discutindo e enfrentando
As ditaduras febris

No ano quarenta e seis
Percebe mais claramente
A ampla dominação
E a necessidade sente
De unir-se à Liga dos Justos
Conclamando muita gente

-3-
Na Liga dos Comunistas
Toma a frente dos protestos
Com a parceria de Engels
Vem a lume o “Manifesto”
A favor dos operários
Tendo sido um grande gesto

Ao lado dos operários
Como líder é perseguido
Da França, passa pra Bélgica
Da burguesia é temido
Passa muitas privações
Pela família seguido

É em Londres, finalmente
Que vai ter um paradeiro
Pesquisando sempre mais
O Capital, por inteiro
Aos sessenta e cinco anos
Dá o suspiro derradeiro

Muita gente se pergunta
Por que Marx estudou tanto
Não bastava só agir
Pra dar fim ao nosso pranto?
Necessário é conhecer
O que está por trás do manto!

-4-
Um motor não se concerta
Futucando em toda parte
Pode até estragar mais
É preciso ter a arte
E da convivência humana
Marx foi um baluarte

No seu tempo, a opressão
Sobre os pobres se abatia
Oitenta por cento em baixo
Lá em cima a burguesia
Sugando o sangue do povo
Vivendo de mordomia

Para bem se aprofundar
Nas razões desse sofrer
Baseou-se na história
Da luta pelo poder
Como foi que os opressores
Tal domínio vêm a ter

Descobriu, já de começo
Que essa luta é bem antiga
A partir da Antiguidade
Uma classe com outra briga
Para escravizar uma parte
Lucrando com essa intriga.

-5-
A caminhada dos povos
De lutas está marcada
De uma classe contra a outra
Pra fazê-la escravizada
Nosso destino, porém
Aponta melhor cartada

Até hoje os entendidos
Não param de contemplar
Todo o drama desse mundo
Querendo filosofar
Já é hora e o momento
Desse mundo transformar

Para uma classe conseguir
Sobre as outras dominar
Usa de muito artifício
Trambiques vem a passar
Tentando passar “no laço”
A quem nela se fiar

Não é só na produção
Que ela tenta engabelar
Nas diversões, na escola
No rádio, TV, no lar
Ela enfia suas ideias
Pra todos se acostumar 

-6-
É a tal Ideologia
De que Marx bem falou
Que num povo dividido
Ela impõe o seu valor
Sobre a classe dominada
Dela passa a ser ator

Se você quiser saber
Um exemplo eloquente
Veja como os portugueses
Dominaram a nossa gente
Dizendo que tinha vindo
Do “bem” lançar a semente...

Veja agora, noutra esfera
Da atual economia
O Delfim baixa os salários
E a “Globo”, com ironia
Entrevista os empresários
Pra saber como avaliam

Toda a classe dos patrões
Quando enfrenta o empregado
Tem mania de dizer
O que é “bom” pra seu criado
Besta é este, se pensar
Que o conselho é acertado...

-7-
Um instrumento importante
Que ele nos deixou patente
Foi usar a Dialética
Que nos serviu como lente
No estudo do Capital
Deixando tudo presente

Seja na economia
Ou no campo social
É função da burguesia
Enfeitar o Capital
É aí que a Dialética
Na raiz demonstra o mal

Quando a classe dominada
Não aprende a ler a vida
Usando os seus próprios olhos
Facilmente é dividida
Pela classe dominante
Com diversões e comida

Muita coisa que aprendemos
Pela nossa convivência
Não serve pra nossa causa
Pois é da convivência
De nos manter amarrados
A toda essa indecência

-8-
É dever então primeiro
Exercer com maestria
Uma nova consciência
Dentro da pedagogia
Que é fiel à nossa classe
E não segue a burguesia

Pra ter essa consciência
Não é preciso ser letrado
Qualquer um de nós consegue
Ver o certo e o errado
Se não for pela cartilha
De quem nos quer dominado

Mas sozinho não se aprende
A ver com exatidão
O que presta e o que não presta
Para nossa correção
Só nos grupos, Companheiros
Está nossa solução

Veja bem o nosso exemplo
Se na hora de plantar
Cai doente o lavrador
Ele pode então chamar
Amigos, em mutirão
Pra uma ajuda lhe prestar

-9-
Mas se o gado do patrão
Entra e come o seu roçado
Qual a ajuda que convém?
Tá na mão do sindicato
Do agricultor, é claro
Não do grande patronato

Agora, repare bem:
De quem vamos recorrer
Se nos falta terra e pão
Emprego, casa e poder?
Aí só mudando as leis
Para nos favorecer. 

Mas, quem é que faz as leis?
São os “home”, os deputados.
A que classe eles pertencem?
A dos privilegiados.
Salvo algumas exceções,
Vão estar do nosso lado?

Quem lhes dá esse direito?
É através da eleição.
Em vez de votar em gente
De nossa igual condição
Preferimos muitas vezes
Ir votar no tubarão

-10-
Não é estranho um doente
Buscar remédio pra dor
Junto a quem o tempo todo
Só veneno receitou?
Que podemos esperar
Desse tipo de doutor?

Nos seus estudos profundos
Marx bem que concluía
Que se não formos unidos
Pra enfrentar a burguesia
'Inda temos que amargar
Nossa ação será vazia

Trabalhadores unidos
Temos que nos convencer
Que uma força invencível
Enfrenta qualquer poder
A História nos ensina
Sua lição vamos colher.

Quer saber onde essa luta
Onde e como bem vingou?
Comecemos no Brasil
Quando o gringo dominou
Os índios não se renderam
Nem Zumbi se entregou.

-11-
Quem é livre não consegue
Aceitar o cativeiro
Faz de tudo ao seu alcance
Pra livrar-se do embusteiro
Prefere morrer lutando
Não se acostuma em viveiro

Assim mesmo aconteceu
À nossa gente nativa
Até à gota derradeira
Lutou pra não ser cativa
Na floresta ou nos quilombos
Permanece sempre altiva

Nos momentos libertários
Vividos por nosso povo
Os pobres também deixaram
Um exemplo sempre novo
Como um pinto que sai pra vida
Irrompendo do seu ovo

A República Guarani
Que por mais de século e meio
Resistiu à escravidão
Pois havia no seu seio
Homens livres de verdade
Grande exemplo nos dar veio

-12-
Liberdade não é presente
Que, bondoso, alguém nos dá
É conquista, palmo a palmo
Isso mesmo vem mostrar
A libertação dos negros
Aqui e em todo lugar

Canudos e Contestado
Foram duas experiências
De vida em comunidade
Dos pequenos benquerença
Em suas lutas pela terra
Sofrem muita violência

Assim foi Caldeirão
No Cangaço e outros mais
À procura de justiça
Sem o que não existe paz
São iguais à sementeira
Os seus frutos vêm atrás.

Essa luta continua
Até hoje é necessária
Pois a nossa gente vive
Em situação precária
E ninguém aqui nasceu
Com destino de ser pária

-13-
Sendo assim, trabalhadores
Os do campo e os da cidade
Se reúnem em sindicatos
Pra lutar com lealdade
Pra que um dia seus direitos
Se respeitem de verdade

Nesses últimos trinta anos,
Muita coisa aconteceu
No estrangeiro e no Brasil
É que o mundo estremeceu
Basta ver o que passou
Muito sangue já correu.

Veja os povos africanos
Quanto exemplo ele nos dão
Não fincando conformados
Sob tanta exploração
Dizem “basta” às ditaduras
Ao Capital dizem “NÃO”.

A Argélia e Moçambique
Tanzânia e Guiné-Bissau
A Angola de Agostinho
Que se torna imortal
No espírito do seu povo
Que tem sido fraternal

-14-
A Albânia e Vietnam
Com defeitos e coragem
A China de Mao Tsé-Tung
Bem merece uma homenagem
Sem falar de outros povos
Também têm sua mensagem

Na América, temos Cuba
Que aqui foi pioneira
Apesar dos descaminhos
Sem esquecer que é fronteira
De governo imperial
Mas sai vencendo, altaneira

Outro exemplo é o de Granada
Nicarágua tenta agora
E também El Salvador
Mas a luta 'inda demora
Recrudescem as ditaduras
Mas não tarda a sua hora.

Nosso mundo já pressente
Que a real fraternidade
Não vem do Capitalismo
Condição é me verdade
Lutar pelo Socialismo
De base e com liberdade.

-15-
É preciso saber quem
Nesta luta desde já
Se integra seriamente
Pra a situação mudar
Quem vive de mordomia
Não se deve confiar

Não se julgue uma pessoa
Se é boa ou se é má
Por aquilo que ela fala
É preciso reparar
O que faz, com quem convive
E de que lado ela está

Outra coisa necessária
É a gente distinguir
O que diz, do que se faz
Teoria e prática unir
Se não, fica enganador
Nosso modo de agir

A realidade mostra:
Um povo religioso
É preciso respeitar
Ele bem que é cioso
Dessa sua condição
Ter presente isso é forçoso.

-16-
Disso já se dava conta
Um marxista de valor
Chamava-se Antônio Gramsci
Que era um grande pensador
Apostando na consciência
Do povo trabalhador

Retomando esses estudos
De cristã inspiração
Muitos vivem sua fé
Como um móvel de ação
Se esforçando e desejando
Do mundo a transformação

Jesus Cristo e Karl Marx
Não se deve confundir
Têm doutrinas diferentes
Ressalvar desejo aqui
Ambos têm pontos comuns
Um dos quais é o povo unir

Almejando que esses versos
Lhe permitam entender
Das rupturas a razão
Esse “Marx” convém ler
Revivendo o que Jesus
Já nos fez compreender 
 

domingo, 3 de setembro de 2017

sábado, 26 de agosto de 2017

segunda-feira, 17 de julho de 2017

Walt Whitman





Vinda do Oceano Revolto, a Multidão

1

Vinda do oceano revolto, a multidão, chegou suave a mim uma gota,
Sussurrando, eu te amo, antes que um dia eu morra,
Fiz uma longa viagem, para meramente te ver, te tocar,
Pois eu não podia morrer até eu te ver uma vez,
Pois eu temia poder depois te perder.

2

(Agora nos conhecemos, nos vimos, estamos seguros;
Retorne em paz ao oceano, meu amor;
Sou também parte deste oceano, meu amor – nós não estamos tão separados;
Contemple a grande curvatura – a coesão de tudo, como é perfeita!
Mas, quanto a mim, a você, o irresistível mar irá nos separar,
A hora nos carrega, distintos – mas não pode nos carregar assim para sempre;
Não seja impaciente – por um pequeno espaço – Eu te conheço, eu saúdo o ar, o oceano e a terra,
Todo dia, no ocaso, por você, meu amor.)

quinta-feira, 13 de julho de 2017

Nenhum caminho para o paraíso - Charles Bukowski



Eu estava sentado em um bar na avenida Western. Era perto da meia-noite e estava metido em uma das minhas habituais confusões. Quero dizer, você sabe, nada dá certo: as mulheres, os trabalhos, a falta de trabalhos, o tempo, os cães. Por fim, você simplesmente senta em uma espécie de estado de transe e espera como se estivesse no banco da parada de ônibus aguardando a morte.

Bem, estava sentado lá e então chega essa mulher com cabelo preto e longo, bom corpo, olhos castanhos e tristes. Não me virei para olhá-la. Ignorei-a, mesmo ela tendo sentado no banco ao lado do meu, quando havia uma duzia de outros lugares vagos. Na verdade, éramos os únicos no bar, exceto pelo balconista. Ela pediu um vinho seco. Depois me perguntou o que eu estava bebendo.

-  Scotch com água.
- Dê-lhe um scotch com água - ela disse ao balconista.
Bem, isso era incomum.
Abriu a bolsa, removeu uma pequena gaiola de arame e tirou algumas pessoas pequenas e as colocou no balcão. Tinham todos aproximadamente dez centímetros de altura e estavam vivos e bem vestidos. Havia quatro deles, dois homens e duas mulheres.
- Fazem desses agora - ela disse. - São muito caros. Custaram quase dois mil dolores cada um quando comprei. Agora estão chegando aos 2.400 dólares. Não sei como são feitos, mas provavelmente é coisa fora da lei.
As pessoas em miniatura estavam caminhando por cima do balcão. Repentinamente um dos pequenos homens deu um tapa na cara de uma das mulheres.
- Sua vagabunda - ele disse - , já chega!!
- Não George, você não pode - ela gritou -, eu te amo! Vou me matar! Tenho que ter você!
- Não me importo! - disse o pequeno sujeito e puxou um cigarrinho e o acendeu. - Tenho direito de viver.
- Se você não a quer - disse outro sujeitinho -, fico com ela, eu a amo.
- Mas eu não quero você, Marty. Estou apaixonada pelo George.
- Mas ele é um idiota, Anna, um idiota completo!
- Eu sei, mas o amo de qualquer forma.
O idiotinha caminhou pelo balcão e beijou a outra mulherzinha.

- Estou com um triângulo amoroso em andamento - disse a mulher que havia me pagado uma bebida. - Esses são Marty e George e Anna e Ruthie. George vai se dar mal, muito mal. Marty é meio quadrado.
- Não é triste ver tudo isso? Errr, qual o seu nome?
- Dawn. É um nome terrível. Mas é o que as mães fazem com suas crianças às vezes.
- O meu é Hank. Mas não é triste...
- Não, não é triste observar isso tudo. Não tive muita sorte com os meus próprios amores, péssima sorte, aliás...
- Passa o mesmo com todos nós.
- Parece que sim. De qualquer forma, comprei essas pessoinhas e agora fico olhando elas. E é como ter e não ter esses problemas. Mas fico muito excitada quando começam a fazer amor. É aí que fica difícil.
- São excitantes?
- Muito, muito excitantes. Meu Deus, me deixam louca!
- Por que você não os obriga a fazer sexo? Quero dizer agora. Ficaremos olhando juntos.
- Não se pode forçá-los. Têm de fazer por conta própria.
- Com que frequência acontece?
- Oh, eles são bem bons. Quatro ou cinco vezes por semana.
Estavam caminhando pelo balcão.
- Escute - disse Marty -, me dê uma chance. Apenas uma chance, Anna.
- Não - disse Anna. - Meu coração pertence ao George. Não pode ser de nenhuma outra maneira.
George estava beijando Ruthie, apalpando seus peitos. Ruthie estava ficando excitada.
- Ruthie está ficando excitada - Eu disse a Dawn.
-  Está, está mesmo.
Eu também estava ficando. Agarrei Dawn e a beijei.
- Escute - ela disse. - não gosto que eles façam sexo em público. Vou levá-los para casa e colocá-los para transar.
- Mas aí não poderei olhar.
- Bem, terá que vir comigo.
- Tudo bem - respondi. - Vamos lá.
Acabei minha bebida e saímos juntos. Ela carregava as criaturas em uma pequena gaiola de arame. Entramos no carro dela e colocamos o pessoal entre nós, no banco da frente. Olhei para Dawn. Era realmente jovem e bonita. Parecia ser boa também por dentro. Como podia ter fracassado com os homens? Há tantas maneiras de as coisas saírem erradas. Os quatro pequenos custaram-na oito mil. Tudo isso para se afastar de relacionamentos e na verdade não se afastar de relacionamentos.
A casa era perto dos morros, um lugar com uma aparência agradável. descemos do carro e caminhamos até a porta. Segurei a gaiola com os pequenos enquanto ela abria a porta.
- Ouvi Randy Newman semana passada no The Troubador. - Ele não está ótimo? - perguntou.
- Sim, é ótimo.
Entramos na sala, e Dawn tirou os pequenos da gaiola e os colocou em uma mesinha. Então caminhou até a cozinha, abriu o refrigerador e pegou uma garrafa de vinho. Trouxe dois copos.
- Perdão - ela disse. - Mas você parece um pouco louco. O que você faz?
- Sou escritor.
- E irá escrever sobre isso?
- Ninguém jamais acreditará, mas vou.
- Olha - disse Dawn. - George tirou as calcinhas de Ruthie. Ele está enfiando os dedos nela. Gelo?
- Sim, está fazendo isso. Não, sem gelo. Puro está ótimo.
- Não sei o que acontece - disse Dawn -, mas fico realmente excitada quando os observo. Talvez seja porque são tão pequenos. Realmente me excita.
- Entendo o que quer dizer.
- Olhe, o George está chupando ela.
- É mesmo.
- Olhe pra eles!
- Deus do céu!
Agarrei Dawn. Ficamos ali em pé nos beijando. Enquanto isso, seus olhos iam dos meus para eles e novamente para os meus.
O pequeno Marty e a pequena Anna também estavam olhando.
- Olhe - disse Marty -, eles vão trepar. Nós bem que podíamos trepar também. Até os grandes vão transar. Olhe pra eles!
- Você ouviu isso? - perguntei a Dawn. - Eles disseram que nós vamos trepar. É verdade?
- Espero que sim - disse Dawn.
Levei-a para o sofá e levantei o vestido acima da cintura. Beijei seu pescoço.
-  Eu te amo - eu disse.
- Mesmo? Ama?
- Sim, de alguma forma, sim...
- Tudo bem - disse a pequena Anna ao pequeno Marty. - Também podemos trepar, mesmo que eu não ame você.
Eles se abraçaram no meio da mesinha. Eu já tinha tirado a calcinha de Dawn. Ela gemia. Ruthie gemia. Marty se aproximava de Anna. Estava acontecendo por toda parte. Tive a ideia de que todas as pessoas do mundo estavam trepando. Então esqueci do resto do mundo. De alguma forma fomos para o quarto. Então penetrei Dawn para a longa e lenta cavalgada.

Quando ela saiu do banheiro, eu estava lendo uma história muito idiota na Playboy.
- Foi tão bom. - ela disse.
- O prazer foi meu - respondi.
Ela voltou para a cama. Pus a revista de lado.
- Acha que daremos certo juntos? perguntou
- O que quer dizer?
- Acha que vamos conseguir ficar juntos por algum tempo?
- Não sei. Coisas acontecem. O começo é sempre mais fácil.
Então ouvimos um grito vindo da sala.
- Ai, ai - ela disse.
Saltou da cama e correu para a sala. Segui logo atrás. Quando cheguei lá, ela estava segurando George nas mãos.
- Oh, meu Deus!
- O que aconteceu?
- Foi a Anna!
- O que tem a Anna?
- Cortou fora as bolas dele! George é um Eunuco!
- Uau!
- Pegue papel higiênico, rápido! Ele pode sangrar até morrer!
- Esse filho da puta - disse Anna da mesinha -, se não posso ter George, ninguém terá.
- Agora vocês duas são minhas! - disse Marty.
- Não, agora você tem que escolher uma de nós - disse Anna.
- Então, com qual vai ficar? - perguntou Ruthie.
- Amo as duas - disse Marty.
- Parou de sangrar - disse Dawn. - Ele está frio.
Ela embrulhou George em um lenço e colocou sobre a borda da lareira.
- Quero dizer - seguiu Dawn - que se você acha que não daremos certo, não vou insistir.
- Acho que amo você, Dawn.
- Olhe, - ela disse. - Marty está abraçando Ruthie!
- Vão trepar?
- Não sei. Parecem excitados.
Dawn pegou Anna e a colocou na gaiola de arame.
- Deixe-me sair daqui! Vou matar os dois! Deixe-me sair daqui!
George tremeu de dentro do lenço sobre a borda. Marty ja tirara a calcinha de Ruthie. Puxei Dawn para perto de mim. Era bonita e jovem e boa por dentro. Eu podia estar apaixonado novamente. Era possível, nos beijamos. Mergulhei fundo em seus olhos. Então emergi e comecei a correr. Eu sabia onde estava. Uma barata e uma águia faziam amor. O tempo era um idiota com um banjo na mão. Continuei correndo. Seu cabelo longo caía sobre meu rosto.
- Vou matar todo mundo! gritava a pequena Anna.
Agitava-se na gaiola de arame às três horas da manhã.


sexta-feira, 21 de outubro de 2016